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Tragédia em Maceió é a marca negativa de uma cidade que completa 208 anos; “Única culpada é a Braskem”, diz Renan

No dia em que completa 208 anos, neste 5 de dezembro, a cidade de Maceió não tem absolutamente nada a comemorar e muito menos o que celebrar com seus moradores e visitantes. Essa e a opinião do senador Renan Calheiros (MDB-AL), ao se referir ao iminente dano ambiental que está sendo protagonizado pela mina 18 da Braskem, prestes a implodir no bairro do Mutange.
O senador lembra que, de todos os órgãos e instituições que estão sendo envolvidos para apurar e tentar evitar a tragédia, a mineradora Braskem é a única que tem que ser responsabilizada.
São oito municípios, além de Maceió prejudicados pela extração do sal-gema, que causou, segundo o senador, o maior desastre ambiental do mundo. O senador é autor da CPI, instalada no Senado, para investigar as causas da tragédia. E ele diz que a CPI é apenas um dos caminhos. “Não somos contra a venda de ações ou mesmo o progresso da mineradora, o que queremos e que a empresa pague os danos e as indenizações causadas à população que teve que ser despejada e que, ainda hoje, espera por um valor indenizatório justo. Mais nada”, resume Renan, lembrando que a Prefeitura de Maceió e a Braskem firmaram um acordo no valor de R$ 1,7 bilhões, dando a quitação para um problema que entrega para a empresa a propriedade dos terrenos que afundaram, incluindo logradouros, praças e até mesmo cemitérios. “O governo federal vai ter que entrar nessa briga, como fez com o Estado de Minas Gerais, onde também foram protagonizadas tragédias ambientais. Mas o problema não é do governo federal. A única culpada é a Braskem”, reforça.
Pelo menos 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas por conta do afundamento do solo. Até 2019, a Braskem fazia a extração de sal-gema em 35 poços abertos em Maceió. Desde 2018, a região vive uma tensão, com abalos sísmicos que provocaram e provocam afundamento e rachaduras em cinco bairros da capital.
Reconhecendo que existem entraves políticos que possam prejudicar o andamento da CPI no Senado, Renan Calheiros faz até uma proposta. “Eu posso até propor uma trégua política, para que revoguem esse acordo, em benefício da população prejudicada. Toda essa área afetada, ao invés de ser entregue à Braskem, para ser explorada pelo mercado imobiliário, pode ser transformada em um grande parque revitalizado, talvez o maior do mundo, para ser devolvido à população, desde que, claro, antes disso sejam pagos valores indenizatórios à altura dos prejuízos causados”.
Renan ainda comparou o presidente da Braskem, Roberto Bischoff, ao estuprador em série, Thiago Brenand, que tenta transformar as vítimas em culpados.
Em entrevista recente, Bischoff disse que as brigas políticas eram a causa de não se chegar a um denominador para o problema entre empresa e a população afetada.

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