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Foi na década de 1960, mais precisamente entre 1961 e 1964, na gestão do então prefeito Sandoval Caju, que uma pequena pracinha sobre uma rotatória foi construída no bairro de Pajuçara, batizada de Praça do Ó.
Segundo pesquisas do historiador alagoano Edberto Ticianeli, o lugar também conhecido como Largo da Vitória, surgiu como uma confluência da antiga Rua do Cemitério (atual Ouvidor Batalha), com a antiga Rua do Gameleiro (atual Elísio de Carvalho), e desembocavam na antiga Rua São Paulo (hoje Almirante Mascarenhas).
O encontro formou a rotatória em um formato perfeito de “O”, que hoje já não se vê, por conta de intervenções realizadas ao longo do tempo para dar mais fluidez ao trânsito e acessibilidade às pessoas com deficiência.
Mas quem mora na região afirma que foi esse formato circular que deu o nome à praça, como afirma a aposentada Maria José da Cunha, de 80 anos, moradora desde 1957, quando se casou.
“Desde mocinha moro aqui. Me casei e vim morar aqui. O Sandoval Caju, que era prefeito, combinou com a gente que aqui seria uma praça. Ela tinha bancos, dois pés de amêndoas e uma aroeira, que nós plantamos. O prefeito colocou esse nome e nós concordamos”, lembra.
Dona Ana Ataíde, de 75 anos, também recorda da época. Ela diz que a comunidade frequentava bastante a pracinha e a jovem Ana sempre estava por lá. “Tinha um formato de Ó e um poste com três lâmpadas. Tinham aqueles bancos em formato de S, meio arredondados. A gente brincava muito, eu vinha com minhas irmãs”, conta.
É essa história, que traz de volta a nostalgia da Maceió antiga, que a Prefeitura de Maceió quer resgatar com a reforma de espaços como a Praça do Ó.
O local está passando por um resgate, com reforma não só da rotatória, mas da extensão da pracinha que foi construída anos depois. O piso será pintado e serão instalados bancos, um caramanchão com plantas, e banquetas de jogos para que idosos e crianças possam interagir e frequentar mais o local.
Os amigos Severino Ramos, de 72 anos, e José Ailton, o Neno, de 75 anos, aprovaram a intervenção. Eles são aposentados e costumavam frequentar a praça do Cine Rex, mais distante de casa. Com as melhorias na Praça do Ó, o lazer vai ficar mais perto deles.
“Se colocar as mesas será ótimo; nós estávamos até pensando em improvisar com uma tábua para jogar dominó”, aprovou Ramos. “A reforma foi inclusive uma solicitação nossa. Quebraram os bancos e a gente não tem onde sentar. Agora vai ficar bom, estamos gostando”, disse Neno.
Dona Ana Ataíde concorda. Ela ressalta que o bairro tem muitas crianças, e elas não têm espaços de convivência por perto.
Para o gerente da Zeladoria Municipal de Maceió, Fábio Palmeira, o espaço da Praça do Ó é pequeno e acolhedor, mas estava há décadas abandonado, por isso recebeu a intervenção do Município.
“Ali é uma área de moradores antigos, que de certa forma se sentiam esquecidos pelo poder público. Com esse simples, mas cuidadoso trabalho de acupuntura urbana, a gente começa a dar vida ao ambiente, para entregar um presente de final de ano a quem reside e a quem tem comércio no local. Mais uma vez, a prefeitura de Maceió demonstra o zelo, o cuidado, o olhar atencioso para pequenos espaços, que com um pequeno toque ganham nova vida e valorização”.