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Uma reportagem investigativa realizada pelo jornalista Wadson Corrêa trouxe à tona graves denúncias de um suposto esquema de corrupção envolvendo o prefeito de Penedo, Ronaldo Pereira Lopes, e o Instituto de Gestão de Políticas Públicas Sociais (IGPS). Segundo a matéria, milhões de reais estariam sendo desviados através da contratação de funcionários fantasmas e indicações políticas sem critério técnico.
Contratações irregulares e funcionários fantasmas
De acordo com a reportagem, o IGPS teria contratado cerca de 1.739 funcionários apenas em junho, número superior aos 1.700 inicialmente previstos. Muitas dessas contratações seriam de pessoas ligadas a vereadores aliados ao prefeito e familiares, que não prestariam serviço efetivo ao município. Há relatos de famílias inteiras recebendo salários elevados sem exercer qualquer função pública.
Um dos casos mencionados é o de Antônio Cadmo Silva Santos, irmão de um cabo eleitoral do prefeito, que receberia quase R$ 5 mil mensais e estaria envolvido em um esquema de “rachadinha”, dividindo o salário com outras pessoas. Outro exemplo é o de um motorista sem habilitação que estaria na folha de pagamento do instituto.
Falta de concurso público e indicações políticas
A matéria aponta que o uso do IGPS seria uma estratégia para evitar a realização de concursos públicos, permitindo indicações diretas de pessoas ligadas ao grupo político do prefeito. Marta Mártires, superintendente do gabinete, é citada como responsável por encaminhar currículos e fazer indicações ao instituto. Ela, porém, afirma que apenas encaminha currículos após análise.
Respostas das partes envolvidas
Instituto IGPS
Em nota, o IGPS afirmou que sempre pautou sua atuação no estrito cumprimento da legislação e das orientações dos órgãos de controle. O instituto disse desconhecer a existência de funcionários fantasmas, mas que irá instaurar procedimento administrativo para apurar as denúncias. Caso sejam confirmadas irregularidades, prometeu desligar os envolvidos e exigir a devolução dos valores recebidos.
Prefeitura de Penedo
A prefeitura declarou que sua gestão é pautada pelo cumprimento rigoroso dos preceitos legais e que todos os atos administrativos estão sujeitos à fiscalização. Afirmou ainda que as denúncias têm caráter eleitoreiro, comuns em períodos de campanha, e não impactam o andamento das funções administrativas municipais.
Investigação e providências
As denúncias foram encaminhadas ao Ministério Público Estadual e Federal, bem como ao Tribunal de Contas da União. Vereadores de oposição e advogados envolvidos no caso cobram uma ação mais célere das autoridades para apurar as irregularidades e responsabilizar os envolvidos.
O advogado citado na reportagem destacou a gravidade das supostas irregularidades, mencionando a falta de recolhimento de FGTS e a discrepância salarial entre funcionários no mesmo cargo. “Não se pode deixar uma situação dessa de forma escandalosa. A justiça precisa agir”, afirmou.
Impacto na comunidade
Moradores de Penedo expressam preocupação com as denúncias, ressaltando a necessidade de transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos. A cidade, uma das mais importantes de Alagoas e localizada às margens do Rio São Francisco, enfrenta desafios socioeconômicos que podem ser agravados por casos de corrupção.