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Em um cenário de tensões e divisões internas sem precedentes no Partido dos Trabalhadores (PT) de Alagoas, surge um novo capítulo que promete reconfigurar o equilíbrio de forças dentro da Federação partidária do qual o PT é integrante.
Sob a direção estratégica da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffman, a vereadora Teca Nelma, anteriormente ligada ao PSD, formalizará sua filiação ao PT.
Este movimento, diferentemente do que se especulava, não é uma imposição “de cima para baixo”, mas uma estratégia pensada para fortalecer o partido nas áreas urbanas, especialmente em Maceió.
Porém a direção do PT pensa diferente e em reunião do diretório estadual tentará peitar a decisão de Hoffman.
A filiação de Teca Nelma gerou impacto tão grande que pré-candidaturas a vereador, tidas como certas, estão sendo repensadas, como é o caso de PT Judson Cabral, entre outros, que já desistiram do pleito.
A filiação de Nelma em Maceió abre também crise na Federação composta por PT, PCdoB e PV.
Silvio Camelo, por exemplo esta reticente com a adesão de Nelma ao PT, pois prejudica enormemente seu projeto eleitoral-familiar na capital. O PCdoB é outro que se sente prejudicado, pois com pré-candidaturas do campo mais popular e sem recursos, dificilmente emplacará uma candidatura vitoriosa em Maceió.
Além da crise interpartidária, o PT vive uma divergência interna entre as facções Resistência Socialista e Construindo um Novo Brasil (CNB) — lideradas pelo deputado estadual Ronaldo Medeiros e pelo deputado federal Paulão, respectivamente.
Com isso as disputas internas têm resultado em um cenário de incerteza para as bases do partido, com casos de veto à filiação de candidatos sugeridos por Medeiros, em alguns municípios refletindo um partido dividido.
INTERIOR
A crise agora se estende para além da capital, refletindo diretamente em outros municípios do interior.
O PT por exemplo bate no pé e quer até impedir a filiação de candidatos nos.outros partidos que compõe a Federação, mostrando que o casamento nacional entre as três siglas se transformou em divórcio dois anos depois, nas eleições municipais.
Tais movimentos evidenciam uma estratégia do PT para manter sua predominância e não se ver ameaçado pelos partidos que compõem a federação, especialmente em locais onde a disputa política se acirra.
A tensão ganha contornos ainda mais complexos em cidades como Palmeira dos Índios, onde outro integrante da Federação, o PV busca ampliar sua influência, pretendendo filiar mais dois vereadores até o fim do período de transferências partidárias. Madson Monteiro, já filiado na semana passada, é um exemplo dessa expansão.
Já o caso de Delmiro Gouveia ilustra a complexidade do PT que além de tentar impedir a filiação em outras legendas, naufraga em disputas internas. Ali, a tentativa de lançar candidatos vinculados ao deputado Ronaldo Medeiros, de uma das tendências do PT, foi bloqueada, o que pode levar esses pré-candidatos a migrarem para o PSB, numa clara indicação das fraturas internas que afligem o PT, minúsculo partido no estado de Alagoas.
Ademais, a articulação de Paulão em Delmiro Gouveia, visando a unificação da oposição local em torno do MDB, revela a dinâmica de alianças e conflitos que caracteriza o cenário político municipal e que reflete os desafios enfrentados pelo PT em se manter coeso e influente tanto na esfera municipal quanto estadual. A mesma situação ocorre em Palmeira dos Índios, onde o PCdoB local não concorda com a tendência de apoiar o MDB, que vai apresentar uma candidatura imposta e inventada pelo atual prefeito e que não se coaduna com as tendências populares.
Neste contexto, a filiação de Teca Nelma ao PT em Maceió não apenas reflete uma tentativa de consolidação e expansão da influência do partido em Maceió, mas também indica uma estratégia mais ampla do diretório nacional para fortalecer o PT frente aos desafios e às divergências internas que emergem em diferentes frentes no estado de Alagoas.