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O STF (Supremo Tribunal Federal) agendou para a próxima semana o início do julgamento do presidente da Câmara, o deputado federal Arthur Lira (PP), por corrupção passiva. Os ministros da Corte discutirão um parecer enviado pela PGR (Procuradoria-Geral da República), que é contra a denúncia, porque apenas o relato de delatores não seria o suficiente para levar o processo adiante.
Em 2019, a Primeira Turma aceitou parcialmente a denúncia, mantendo somente a de corrupção. A peça da PGR incluía também o crime de lavagem de dinheiro, o que foi rejeitado pelos ministros do Supremo.
Lira foi denunciado pela PGR em 2018 por supostamente receber R$ 106 mil em vantagens indevidas como deputado federal.
O repasse teria sido intermediado por Jaymerson Amorim, assessor parlamentar de Arthur Lira à época. A apreensão do dinheiro com Amorim ocorreu em fevereiro de 2012, quando ele tentou embarcar em um voo no Aeroporto de Congonhas transportando a quantia nas roupas e junto ao corpo.
O dinheiro seria uma contrapartida para garantir apoio a Francisco Carlos Caballero Colombo na presidência da Companhia Brasileira de Trens Urbanos. A Procuradoria-Geral concluiu que o dinheiro transportado pelo assessor consistia em um pagamento feito a Lira por Francisco Colombo, então presidente da estatal CBTU para se manter no cargo.
Na ocasião, Lira foi acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O presidente da Câmara sempre negou as acusações e disse que não há provas que o liguem ao dinheiro vivo.
Em nota, o advogado Pierpaollo Bottini, que defende Lira, disse que existem “fatos novos que mostram a fragilidade da denúncia original”.