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O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente vai começar com uma participação feminina recorde na Esplanada dos Ministérios, se considerado todo o período pós-redemocratização, ou seja, desde 1985. Com a montagem das pastas finalizada nesta quinta, 29, estão confirmados os nomes de 11 mulheres no primeiro escalão do governo. O número supera o recorde anterior de Dilma Rousseff (PT), que assumiu a Presidência em 2011 com nove ministras.
“Estou feliz porque nunca antes na história do Brasil nós tivemos tantas mulheres ministras. Nunca antes tivemos uma indígena ministra”, afirmou Lula, que fez questão de enfatizar a presença feminina no governo. O futuro presidente, que toma posse neste domingo, dia 1.º, ao citar a presença indígena, fez uma referência direta a Sonia Guajajara, deputada federal pelo PSOL de São Paulo que assumirá a pasta dos Povos Indígenas.
Ontem, foram apresentadas também Marina Silva (Meio Ambiente), Simone Tebet (Planejamento), Daniela do Waguinho (Turismo) e Ana Moser (Esporte). Além delas, o petista ainda prometeu que vai escolher mulheres para presidir a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Os nomes, no entanto, não foram antecipados pelo petista.
Durante o governo do atual presidente Jair Bolsonaro, no máximo três mulheres foram ministras ao mesmo tempo, quando Flávia Arruda era a chefe da Secretaria de Governo, Tereza Cristina comandava a Agricultura e Damares Alves estava à frente da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em abril de 2021, Bolsonaro vetou um projeto de lei que visavam combater a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Lula prometeu que vai retomá-lo.
Críticas
Há três semanas, quando anunciou os primeiros cinco nomes de ministros, o futuro presidente foi alvo de críticas nas redes sociais por não ter divulgado a escolha de nenhuma mulher naquele momento. No dia 9 deste mês, foram tornadas públicas as indicações de Fernando Haddad (Fazenda), Flávio Dino (Justiça), José Múcio Monteiro (Defesa), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Rui Costa (Casa Civil). Na ocasião, Lula disse que ia “chegar a hora em que vocês vão ver mais mulheres e mais companheiros afrodescendentes em pé aqui”.
Dias depois, o petista, então, apresentou a cantora Margareth Menezes (Cultura), a socióloga e atual presidente da Fiocruz, Nísia Trindade (Saúde), a economista Esther Dweck (Gestão), a presidente do PCdoB, Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), a jornalista Anielle Franco (Igualdade Racial) e a ativista Cida Gonçalves (Mulheres).
Desafios
Enquanto Lula enfatizou a questão de gênero nas declarações, as mulheres escolhidas destacaram o trabalho que terão em suas áreas de comando. “Agradeço a confiança depositada por Lula, para, juntos com a nossa mobilizada sociedade, enfrentarmos o grande desafio de resgatar e atualizar a agenda socioambiental perdida”, escreveu Marina, em rede social.
Ana Moser assumirá o Esporte, pasta que será recriada. De acordo com a medalhista olímpica, em uma publicação em rede social, ela recebeu a “missão de garantir o direito de todos ao esporte”. “Este foi o pedido: fazer uma revolução do esporte na educação, na saúde, nos municípios e na vida de todas e todos os brasileiros.”
Já Daniela do Waguinho, também em uma rede social, afirmou que não faltarão “empenho, dedicação e garra”. “A pasta do Turismo é essencial para o nosso país e para a nossa economia. Temos um grande desafio pela frente.”
Núcleo masculino
Mesmo com o número recorde de mulheres, todos os ministérios que funcionam no Palácio do Planalto e trabalham diretamente com Lula serão ocupados por homens. Os petistas Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Marcio Macedo (Secretaria-Geral), Rui Costa (Casa Civil), e o general Gonçalves Dias (Gabinete de Segurança Institucional) serão os ministros palacianos. Homens vão comandar 26 pastas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Lauriberto Pompeu e Felipe Frazão
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