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A exemplo do ocorrido no primeiro turno, a votação de ontem foi marcada por filas em países como Portugal, Estados Unidos e França. Em Paris, a espera para votar chegou a três horas. Lisboa, maior colégio eleitoral no exterior, também registrou filas, assim como algumas cidades americanas, como Nova York.
A dificuldade para votar levou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, a admitir a necessidade de aumentar a quantidade de urnas e de seções em alguns países.
“Isso (as filas) mostra que, para a próxima eleição geral, haverá necessidade de mais urnas, criação de mais seções eleitorais, principalmente em Portugal, na França, nos EUA, onde o número de eleitores brasileiros é substancialmente grande”, afirmou. “Mas, em que pese o desconforto de alguns eleitores, tudo ocorreu bem.”
Em Portugal, repetindo o resultado do primeiro turno, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu nos três colégios eleitorais. Em Lisboa, obteve 64,5% dos votos válidos (12.872) contra 35,5% de Jair Bolsonaro (PL). Lula ficou na frente também no Porto (64,8% a 35,2) e no Faro (52% a 48%).
ESPERA
O cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Wladimir Valler Filho, comemorou o fato de não ter sido necessário estender o horário de votação além das 17 horas, como ocorreu em 2 de outubro, em razão das filas quilométricas. Ontem, apesar da longa espera, a votação foi mais rápida, embora com alguns momentos de lentidão.
Com novo esquema de organização, a fila para entrar na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde foram instaladas as 118 seções e as 58 urnas, continuou longa até as 13h30, mas andava rapidamente. A duas horas do fim da votação, não havia mais filas na parte externa do prédio.
Mas, em duas seções, na sala 33, os eleitores esperaram até quatro horas, o que causou revolta. “Entrei no prédio às 12h44, com dois amigos. Cinco minutos depois, eles haviam votado e estavam liberados, mas eu estou aqui até agora sem votar”, contou exausta, em um corredor abafado, às 15h24, Natália Paim, de 28 anos.
Um princípio de confusão ocorreu quando lulistas, visivelmente em maior número, e bolsonaristas gritavam palavras de ordem na fila. Os manifestantes trocaram provocações. Por volta das 12h30, a Polícia de Segurança Pública (PSP) teve de intervir para separar os dois grupos, quando se tornaram mais exaltados, mas não houve agressões físicas. Lisboa tem cerca de 45 mil brasileiros aptos a votar. No total, mais de 80 mil brasileiros podem votar em Portugal.
Na França, onde Lula venceu com quase 83% dos votos, as primeiras horas de votação em Paris registraram grande movimento. Eleitores relataram que as filas para votação estavam maior do que as registradas no primeiro turno.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Mara Bergamaschi, especial para o Estadão Copyright © 2022 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.