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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que se tornou a principal liderança política do Novo ao se reeleger em primeiro turno no segundo maior colégio eleitoral do País, disse ser “natural” que ele e “grande parte do partido” estejam apoiando agora a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Zema, porém, é um “equívoco” afirmar que, com isso, ele e o Novo – que divulgou uma nota após o primeiro turno criticando Lula e liberando os filiados para apoiar o presidente, votar em branco ou anular o voto – tenham virado “bolsonaristas”, como dizem alguns analistas e até integrantes do partido.
“Seria estranho se, em Minas, eu estivesse apoiando o Lula e não o Bolsonaro – e o mesmo se estende para as demais lideranças e para os filiados do Novo”, declarou, em entrevista ao Estadão. “É o presidente Bolsonaro e não o PT que tem as pautas mais próximas das nossas.”
Zema se disse “decepcionado” com João Amoêdo, fundador e ex-presidente do Novo, “como a grande maioria dos filiados”, por sua declaração de voto em Lula no segundo turno, e defendeu sua saída da legenda. “Sou um mero filiado, entre os cerca de 30 mil filiados do Novo, mas recomendo que ele não permaneça”, afirmou. “Num partido liberal como o Novo, todo mundo tem o direito de discordar. Mas, se a discordância for muito grande, a recomendação é ‘vai jogar no time adversário’. Se você quiser fazer gol contra, deve jogar do lado de lá e não do nosso lado.”
Zema atribuiu à polarização existente no País o resultado obtido pelo Novo, que viu seus representantes caírem de oito para três deputados federais e de sete para cinco estaduais. “Isso ocorreu com vários partidos, exceto com os que estavam em posições mais extremas.”
Para ele, as divergências entre Amoêdo, que passou a fazer oposição sistemática a Bolsonaro e a criticar em público os atuais dirigentes e mandatários do Novo pelo apoio dado a pautas do governo, mesmo aquelas aderentes às propostas partidárias, também foi “prejudicial” e levou à perda de filiados e de credibilidade pelo partido.
Na visão de Zema, as divergências com Amoêdo, que incluem questões de governança da legenda, não deverão prejudicar o Novo. “Será até produtivo. Haverá uma profilaxia no partido”, disse. “Vai ficar quem acredita em propostas e nos valores do Novo e não quem considera o Amoêdo Deus. Não considero Bolsonaro Deus. Não me considero Deus. Eu considero proposta, como está escrito no estatuto do partido.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: José Fucs
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